terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Prospecta2008-De 20 à 23 de Janeiro em Natal RN



Clique na imagem para maximizar.
Acesse o site oficial do evento:www.prospecta2008.blogspot.com

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Cultura Previdenciária-Campanha de utilidade pública para os trabalhadores da área cultural(é bom ficar atento!)





Desde o início deste mês, vem sendo veiculada na televisão a campanha
Cultura Previdenciária, uma iniciativa do Governo Federal, por meio
dos Ministérios da Cultura (MinC) e da Previdência Social (MPS).
Voltada aos profissionais da área cultural, a propaganda ressalta a
importância da valorização de todas as atividades realizadas nos
diversos segmentos da cultura brasileira.
A campanha de utilidade pública objetiva alertar sobre a necessidade
desses trabalhadores garantirem tranqüilidade e segurança com a
complementação de sua renda na fase de aposentadoria, ou em outras
circunstâncias. Dentre as alternativas, encontra-se o regime de
previdência complementar fechada e a adesão a planos associativos
como, por exemplo, o já existente CulturaPREV.
Para a divulgação e a promoção da campanha Cultura Previdenciária
também foi criada pelo desenhista Ziraldo uma arte gráfica bem
elucidativa, na qual a formiguinha abraça a cigarra para juntas se
encaminharem em direção ao futuro.
Assista ao vídeo e informe-se sobre o assunto.
http://www.cultura.gov.br/culturaprevidenciaria/

Plano CulturaPREV
Instituído em 2004, o CulturaPREV é um plano de previdência
complementar fechada exclusivo para os profissionais da cultura,
administrado pela Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros),
que já conta com a adesão de dez entidades associativas
representativas de setores artístico-culturais do país.
Podem se inscrever no plano os participantes da Associação Brasileira
de Museologia, Associação Sergipana de Autores e Intérpretes
Musicais, Cooperativa Paulista de Teatro, Sindicato dos Artistas e
Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado do Ceará, Sindicato
dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado de
Pernambuco, Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de
Diversões do Estado do Sergipe, Sindicato dos Artistas e Técnicos em
Espetáculos de Diversões do Estado do Rio de Janeiro, Sindicato dos
Músicos Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, Sindicato dos
Músicos Profissionais do Estado da Bahia e Sindicato dos Artistas
Plásticos do Estado de São Paulo.

Saiba Mais:
https://www.petros.com.br/petrossite/servicos/hotsiteculturaprev/desig
n/html/main.html


Publicado em 01 de dez de 2008

O trabalhador da cultura
O trabalhador da cultura é um personagem inserido numa cena
profissional extremamente dinâmica. A grande diversidade de
linguagens, etnias e valores, juntamente com a criatividade
característica da população brasileira, faz de nossa cultura um mundo
de alternativas simbólicas.
No filme que produz, nas peças de teatro ao ar livre, nas exposições
de sua arte, nas turnês por todo o país, no artesanato em sua
oficina, no cenário que constrói para o público, na iluminação
realizada para acontecer o espetáculo, enfim, nas diversas maneiras
em que está inserido na realização dos produtos de nossa cultura,
esse trabalhador muitas vezes investe seu próprio patrimônio sem
nenhuma certeza de retorno financeiro.
Esse investimento de risco é feito, muitas vezes, apenas pelo prazer
de ver o seu trabalho realizado, reconhecido e aplaudido. Contudo, ao
longo de sua vida, o artista necessita de segurança para fazer melhor
o seu trabalho e criar com a liberdade que esse trabalho requer.
Se até então ele não se preocupara com isso, agora é preciso planejar
o futuro de outra maneira. Dos grandes problemas enfrentados pelos
trabalhadores da cultura, talvez um dos maiores seja a dificuldade em
filiar-se ao regime da Previdência Social.
Segundo levantamento realizado em 2004, pela Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), estima-se um total de 1.900.000
pessoas envolvidas no mercado cultural no país. Grande parcela desses
trabalhadores têm até 40 anos de idade, ou seja, com tempo de
trabalho em torno de 20 anos.
Por outro lado a capacidade de poupança desses profissionais é, em
média, de cerca de R$ 25,00 por mês. Aquém dos valores de planos
oferecidos pelo mercado previdenciário.
Objetivando atender especialmente as necessidades da área cultural, a
fim de garantir um pecúlio justo a esse segmento, os Ministérios da
Cultura e da Previdência Social firmaram parceria que é estratégica
para fomentar a criação de planos previdenciários acessíveis a essa
categoria profissional.
Dentre outros fatores, esses planos devem levar em conta:
· Acesso a Planos de Previdência Complementar, com valores mensais
acessíveis (mínimo de R$ 25,00)
· Utilização de todos os mecanismos possíveis de cobranças das
contribuições, como boletos bancários e débitos em conta corrente,
não restringindo o acesso dos potenciais participantes
· Possibilidade de suspensão, a qualquer momento, da contribuição
básica do participante ao plano de benefícios

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Andy Warhol-Other voices other rooms(outras vozes outras salas)


Andy Wahrol ao lado de Jean Michel Baquiat.

“Think you know him? Think Again”(Pensa que já o conheçe?pense novamente) é o slogan propositivo da mostra imperdível de Andy Warhol que a The Hayward Gallery apresenta até 18 de Janeiro de 2009. Refere-se, fundamentalmente, ao carácter histórico-revisionista que a exposição ambiciona e que determinou a nossa curiosidade científica: após anos de discussão sistemática, espectacular mediatização e toneladas de documentação produzida, será possível desconhecer ainda a completude identitária do fenómeno Warhol?

Eva Meyer-Hermann é a curadora da exposição “Other Voices, Other Rooms” e a editora do seu catálogo cronometrado, no qual os objectos exibidos são amplamente analisados em duas horas e cinquenta e seis minutos (A guide to 706 items in 2 hours 56 minutes, NAi Publishers, Roterdão), conforme velocidade voraz da ambição (democratizadora) de Warhol. Foi ela, em 1968, a curadora da primeiríssima retrospectiva de Warhol em espaço europeu, apresentada em Estocolmo e Amesterdão, nos mesmos locais que entusiasticamente reincidem no mapeamento da itinerância actual. Também hoje, como no passado, a exposição resulta da conjugação de esforços diferenciados, agora entre o Stedelijk Museum (Amesterdão), o Moderna Museet (Estocolmo), o Wexner Centre for the Arts (Ohio) e a The Hayward (Londres), espaços designados para a sua apresentação intercontinental, em cooperação com o The Andy Warhol Museum (Pittsburg).

Quarenta anos depois, a mesma equipa base prossegue a investigação, partindo, simultaneamente, da sua própria experiência de causa e do distanciamento histórico que o tempo e o luto de Warhol permitiram. Desafiou-se a inflectir profundamente a sua própria perspectiva sobre a globalidade do seu legado, através da confrontação activa de trabalhos icónicos com material inédito, negligenciado ou excepcionalmente apresentado e ousou re-emoldurar-lhe a essência, declarando o filme e o vídeo como o derradeiro cerne do seu trabalho (e as pinturas e outros trabalhos gráficos como fontes para a realização dos mesmos).

A homonímia com “Other voices, other rooms” de Truman Capote (1948), título, autor e figura masculina de eleição de Warhol, sublinha a identidade como motivação motor (e graal) subjacente à revisão instalativa e tripartida que propõe. “Cosmos”, “Filmscape” e “Tv-Scape” são as secções autonomizáveis (ou as múltiplas faces de Warhol), que a exposição congrega, reificadas em incríveis, inéditas, polémicas e dramáticas mise-en-scènes, cujo design reclama para si a liberdade reinventiva inata à atitude e ao corpo de trabalho do próprio Warhol.

O cenário de “Cosmos”, a sala introdutória, pretende induzir à experiência da excentricidade ambiental de Warhol. Assinala a abertura do “Warhol Archive” ao público, através, por exemplo, da exploração investigativa das “Time Capsules” – parafernália que sistemática e quotidianamente colectou em seiscentas caixas (cada uma com aproximadamente duzentos objectos) desde 1974 e que é surpreendentemente reveladora do seu apaixonado ecletismo mundano; ou dos “Factory Diaries”, vídeos que revelam as curiosidades associadas à vivência e frequência diária, mais ou menos glamorosa, do seu atelier “comunitário”, entre 1970 e 1982. Apresenta, necessariamente ainda, uma caixa brillo, uma marilyn, uma cadeira eléctrica, um auto-retrato, flores e uma lata de sopa em cabeçalho expositivo (beneficiando do incrível pé-direito da sala); e os primeiros trabalhos, como os realizados a folha de ouro, colocados em rodapé sobre o inevitavelmente feérico papel de parede (dezenas de vacas e maos como pano de fundo). Ainda os Velvet Underground, polaroids e folhas de contacto sem fim, magazines Inter/VIEW e Interview, as suas célebres citações “filosóficas” (aliás, forjadas pela edição de Gretchen Berg a partir da sua entrevista a Warhol em 1966), os ritualistas “screen test” ou milhares de minutos em gravações áudio. Imersão total: objectos elevados à sua máxima potência numérica, a perder de vista, num espaço deliberadamente restrito.

“Tv-Scape” concentra todo, mas mesmo todo, o trabalho que Warhol desenvolveu para o formato televisivo, desde o fim da década de setenta até à data da sua morte, e que marcou em definitivo a expansão radical dos (e inerente aos) seus princípios artísticos. São quarenta e dois episódios das séries “Fashion”, “Andy Warhol’ s TV” e “Andy Warhol’ s fifteen minutes” a que podemos assistir na íntegra, sentados sobre as estrelas do palco, no lugar do convidado.

“Filmscape” apresenta dezanove filmes (outros oito, que completam vinte e sete dos cerca de cento e sessenta por ele realizados, são exibidos em salas de cinema integrados na programação paralela), produções independentes de cinema experimental, em exibição simultânea e espaço único, como se de uma monumental instalação multi-projectiva e tridimensional se tratasse. A disponibilização de informação relativa à sua duração e tempo remanescente garante a liberdade da definição de uma estratégia individual de recepção: sincopada, mais próxima do carácter imediato e reconhecível da sua pintura; ou demorada, imersa no detalhe e variabilidade mínima dos seus intensos retratos vivos. De “Sleep” (1963) a “Blow Job” (1964), de “Empire” (1964) a “The Chelsea Girls” (1966) ou “Lonesome Cowboys” (1967-1968).

Uma pequena sala biográfica redunda, afinal, na pura leveza das suas nuvens prateadas. Que flutuam. Fosse o hélio tão inacessível como em 1968 e teriam, como lá, ficado a rasar o chão. Que importa o hélio? Que importa o Warhol?



Lígia Afonso (originalmente para artecapital.net)