quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Tomie Ohtake no Museus de arte moderna Aluísio Magalhães- MAMAM (Recife)

                                            
Como o próprio título do post anuncia, teremos mais uma oportunidade de conferir parte do trabalho da Tomie Ohtake em Recife.

Mas o que me fez postar mesmo esse convite, foi a idéia de que não precisava ser uma foto onde aparece a artista em pessoa. Acho isso bizarro!
Acaba alimentando certos "valores" equivocados.Entende?

A arte do convite teria mais a ver com a arte feita pela própria Tomie, se tivesse somente a imagem do trabalho, da obra.

uahuahua
é só isso.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Fundação Bienal, em resposta.

Em resposta ao texto São Paulo Arde: o espectro da polítca na Bienal, divulgado pelo artista Roberto Jacoby em seguida à solicitação de retirada ou encobrimento de parte da obra El alma nunca piensa sin imagen, exibida na 29ª Bienal de São Paulo, os curadores-chefes da exposição vêm a público declarar o seguinte:




El alma nunca piensa sin imagen- obra em detalhe

                                              El alma nunca piensa sin imagen-  obra coberta
 
1. Ao contrário do que o texto afirma, em momento algum o projeto apresentado à curadoria da 29ª Bienal de São Paulo pelo Sr. Roberto Jacoby fazia referência direta à campanha presidencial no Brasil. Em todas as inúmeras comunicações feitas (por email, skype e telefone), o artista afirmou querer refletir sobre processos eleitorais a partir de uma campanha fictícia e hipotética. O conteúdo das informações fornecidas pelo artista está expresso no texto que apresenta sua obra, publicado no catálogo e no site da exposição.
2. O fato de as imagens dos candidatos Dilma Roussef (PT) e José Serra (PSDB) estarem publicadas no catálogo e no site da 29ª Bienal de São Paulo não atesta, em absoluto, o conhecimento prévio da curadoria sobreo conteúdo do trabalho tal como apresentado no espaço expositivo. As imagens foram entregues pelo artista apenas ao final do prazo de fechamento da edição do catálogo, com o objetivo suposto (nenhuma informação específica ou diferente daquelas anteriormentes fornecidas foi oferecida pelo artista) de simbolizar a referida campanha fictícia e hipotética, dada a fácil identificação das imagens com o tema do trabalho. Não aceitá-las significaria deixar as páginas do catálogo em branco e não confiar na palavra do artista sobre o conteúdo de sua participação na 29ª Bienal de São Paulo. Presunção que se mostrou, como o desenrolar dos fatos iria provar, pouco prudente.
3.  Ao iniciar a montagem do trabalho, o artista e demais membros de sua equipe vestiam camisetas em apoio à candidata Dilma Roussef e passaram a desenrolar e a exibir partes das fotografias dos candidatos que afixariam em seguida nas paredes (registre-se que tais fotografias foram produzidas sem controle e sem qualquer conhecimento da instituição, por decisão do artista). Simultaneamente, foi publicada matéria no jornal O Estado de São Paulo sobre o suposto conteúdo do trabalho do artista para a 29ª Bienal de São Paulo, a partir de entrevista feita com Roberto Jacoby: estabelecer um comitê de campanha para Dilma Roussef no interior da 29ª Bienal de São Paulo, chamado “Brigada Argentina por Dilma”.
4. A curadoria imediatamente alertou o artista para os possíveis problemas que esse projeto poderia causar, por estar infrigindo Lei Federal que proíbe a realização de propaganda eleitoral em prédios públicos (o pavilhão da Bienal é propriedade da Prefeitura de São Paulo) durante o período de campanha política. Essa infração seria ainda acompanhada por uma outra igualmente grave: fazer campanha eleitoral com recursos públicos (a 29ª Bienal de São Paulo é majoritariamente financiada com recursos públicos provenientes da Lei Rouanet). O Sr. Roberto Jacoby tranquilizou os curadores, afirmando que não descumpriria nenhuma lei brasileira, e que não nos preocupássemos.  Segundo nos garantiu, os jornalistas teriam interpretado mal o que havia dito. Uma vez mais, confiamos e acreditamos no artista. Recorremos na imprudência.
5. Na noite de abertura da 29ª Bienal de São Paulo para convidados (21 de setembro), o Sr. Roberto Jacoby e os demais membros da “Brigada Argentina por Dilma” distribuíram ao público, ao contrário do que o artista havia afirmado, farta propaganda eleitoral em favor de Dilma Roussef, além de difundirem, em monitor posto na sala de exposição, depoimentos gravados de várias pessoas em apoio à candidata.
6. Alertados por membros do próprio Governo Lula (preocupados com a possível repercussão negativa que o uso de recursos liberados pelo Ministério da Cultura fossem utilizados para fazer campanha ilegal de sua candidata) e por juristas consultados informamente, a Presidência da Fundação Bienal de São Paulo decidiu consultar formalmente a justiça eleitoral sobre a situação. A resposta foi bastante clara: o trabalho do Sr. Roberto Jacoby configurava crime eleitoral e poderia, se autuado e julgado como tal, comprometer a capacidade da instituição em estabelecer convênios com órgãos públicos no futuro . A Presidência da Fundação Bienal de São Paulo e a curadoria da 29ª Bienal de São Paulo decidiram não incorrer em riscos que, causados pela má-fé do Sr. Roberto Jacoby, pudessem comprometer o processo de recuperação da instituição, que há menos de dois anos era dada como falida. Como gestores públicos, seria ato de injustificável irresponsabilidade com um bem público que ora é devolvido à sociedade brasileira.
7. Ao contrário do que o texto divulgado pelo Sr. Roberto Jacoby afirma, o alerta de um dos curadores a respeito dos riscos de penalização pessoal da situação se referia ao próprio artista, e não aos curadores. Se a instituição Fundação Bienal de São Paulo era, perante a justiça, certamente co-responsável pela situação, do ponto de vista pessoal era o artista quem estava infrigindo a lei eleitoral do país. Esperamos, contudo, que essa falsa informação contida no texto tenha sido devida a um problema de “desentendimento línguístico” e não a mais um ato de má-fe do artista.
8. Deixe-se aqui claro que a postura da curadoria da 29ª Bienal de São Paulo é a de defender toda e qualquer proposta artística desde que não esteja transgredindo normas legais. Pode-se discordar dessa postura (“covarde”, diria o Sr. Roberto Jacoby), mas acreditamos que é uma postura responsável e ética quando se está trabalhando com recursos públicos, arrecadados e distribuídos também sob preceitos estabelecidos em lei em um regime democrático. É por essa razão que a curadoria está defendendo a permanência de outras obras que também têm se mostrado polêmicas na 29ª Bienal de São Paulo ao mesmo tempo em que solicitou ao Sr. Roberto Jacoby o encobrimento ou retirada unicamente dos itens de sua obra que configuravam propaganda eleitoral em favor da candidata Dilma Roussef. Enquanto as primeiras não estão infrigindo qualquer lei acordada por princípios democráticos (ainda que pessoas ou grupos sociais se sintam ofendidos por elas e se manifestem ativa e livremente contra a permanência dessas obras na mostra dentro e fora do espaço da Bienal), o trabalho do Sr. Roberto Jacoby desafia a lei brasileira que regula campanhas eleitorais no país. 
9. Ao contrário do que o documento divulgado pelo Sr. Roberto Jacoby sugere, todo elemento discursivo e participativo que seu projeto continha (debates, oficinas, etc) foi mantido, inclusive com críticas diretas e com frequência ofensivas aos curadores da 29ª Bienal de São Paulo, à instituição e ao sistema da arte em geral. A idéia de que o artista e sua “Brigada Argentina por Dilma” redigissem o texto aqui comentado (São Paulo Arde: o espectro da polítca na Bienal) e o afixasse no espaço expositivo foi, ademais, uma sugestão da própria curadoria, como o próprio Sr. Roberto Jacoby certamente pode atestar. A lastimar apenas a inclusão não-autorizada dos nomes de respeitadas pesquisadoras brasileiras como signatárias desse documento, que, em correspondência privada aos curadores e também aos responsáveis pela divulgação do texto do Sr. Roberto Jacoby, afirmaram não ter concordado nem com o conteúdo nem com os termos do texto escrito pelo artista e que não haviam autorizado a inclusão de seus nomes na lista de seus apoiadores, levando-as a ir pessoalmente ao espaço expositivo para retirar o seu nome da mesma. É lamentável que, mesmo após a manifestação das pesquisadoras, a lista continue a ser divulgada em diversos sítios da internet com suas assinaturas, induzindo os leitores a grave erro. Também ficou acertado entre curadoria e artista, sob o testemunho de diversos outros membros da “Brigada Argentina por Dilma” e da Bienal de São Paulo, que o presente texto, esclarecendo os motivos da curadoria, seria redigido e afixado junto ao texto do artista no espaço expositivo. Assim, em momento algum, a sua “máquina de produzir antagonismos”, como ele mesmo a designa, foi desativada. Os únicos elementos dela retirados foram aqueles que configuravam crime eleitoral no Brasil, conforme dito acima.
10. A posição de vítima em que o Sr. Roberto Jacoby se coloca não condiz com a natureza de seus atos durante todo o processo que antecedeu a abertura da 29ª Bienal de São Paulo. Além dos fatos já relatados acima, o artista e demais membros da “Brigada Argentina por Dilma” criaram, ao longo da montagem da mostra, situações que visaram tão somente acirrar os ânimos entre o grupo e a instituição, em prática que desnuda as práticas políticas que o Sr. Roberto Jacoby realmente preza. O mais grave é que tais práticas tiveram como alvo preferencial o trabalho de outros artistas presentes na mostra, que em dois casos foram literalmente escalados por membros da “Brigada Argentina por Dilma”, colocando em risco a sua integridade (fatos lamentáveis presenciados por dezenas de pessoas que trabalhavam no prédio incluindo, em uma das ocasiões, um dos curadores-chefes). O desrespeito explícito pelo trabalho alheio (também expresso em provocações verbais durante todo o processo de montagem) diz muito do grau de autoritarismo que a prática do Sr. Roberto Jacoby embute, ainda quando travestida de correção política.  
11. Por essas razões, é razoável supor que o Sr. Roberto Jacoby não se importe nem um pouco com os desdobramentos negativos que seu trabalho viesse a provocar sobre a inserção da Bienal de São Paulo no corpo social brasileiro, posto que parece basear sua prática em uma oposição simplista e retrógada entre artista e instituição. Menos que um real comprometimento com as mudanças sociais que uma eventual vitória da candidata Dilma Roussef possa representar para o Brasil e o continente latino-americano, o que parece de fato lhe interessar é a criação de um embate artificial entre o seu trabalho e os limites do meio artístico, causando o máximo de efeito midiático em proveito próprio. Não temos quaisquer problemas em admitir que, no presente caso, chegamos aos limites da instituição, e que tal admissão permita que o trabalho do artista “funcione” a contento. Não surpreendentemente, o Sr. Roberto Jacoby afirmou, durante a reunião em que comunicamos a impossibilidade da permanência dos elementos da propaganda eleitoral na obra, que documentaria todo o processo de retirada/encobrimento desses elementos para inclui-lo como parte de projeto para a próxima Bienal de Veneza. O texto supra-referido, acreditamos, certamente também será parte desse trabalho, e desde já autorizamos este nosso texto a também ser integrado ao projeto do Sr. Roberto Jacoby, caso ele assim o deseje e desde que o inclua na íntegra. Nossa contribuição à sua prática.
12. Quanto à referência à inclusão do Tucumán Arde na 29ª Bienal de São Paulo sob o título Grupo de Arte de Vanguardia, em que o Sr. Roberto Jacoby afirma tratar-se de mais uma prova da falta de comprometimento da curadoria com a radicalidade do fato político, temos a declarar o seguinte:  1. São amplamente conhecidas as divergências que existem, entre pesquisadores do tema (inclusive entre alguns dos signatários do documento escrito pelo artista), sobre as formas de apresentação e de nomeação desse complexo evento ocorrido na Argentina em 1968; 2. Optamos por adotar o formato e a maneira de titular em diálogo com pesquisadores e curadores do Museu de Arte Contemporánea de Barcelona (MACBA), proprietário do acervo documental que foi emprestado para exibição na 29ª Bienal de São Paulo. Chega a ser constrangedora, contudo, a aproximação, sugerida no texto divulgado pelo Sr. Jacoby, entre o evento Tucumán Arde e o projeto por ele apresentado na 29ª Bienal de São Paulo em termos de sua relevância politica. Este, sim, é um fato que diz muito a respeito dos abusos que a palavra “política” é hoje submetida no campo da arte.
 
Moacir dos Anjos  e Agnaldo Farias
Curadores-chefes da 29ª Bienal de São Paulo



 

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Art agenda divulga dura crítica à 29ª bienal de São Paulo







Como você seguir, e que você faz depois de "the void", a edição assim apelidado 28 da Bienal de São Paulo (2008)? Seu diretor artístico, o internacionalmente conhecido e experiente curador Ivo Mesquita, deixou no chão enorme segundo do edifício Oscar Niemeyer inteiramente vazio como um comentário sobre a política intrincada burocracia do evento, e em bienais em geral. Seu orçamento foi reduzido, bem como, a partir de US $ 12 milhões da Bienal anterior a 27 de meros US $ 3,5 milhão, e ele deixou uma dívida de cerca de US $ 2 milhões. Ele selecionou mais de 40 artistas para transmitir uma declaração radical curatorial, ao tentar colocar a Bienal de 28 "em vivo contato" com a arte do mundo.
Em contraste, a 29 ª edição deste ano, disse ser ancorado pela noção de que "é impossível para a arte separada da política", tem beneficiado de grandes vantagens: o empenho ea determinação do novo presidente da Fundação (eleito no ano passado), o bem-respeitada consultoria executiva Heitor Martins, que presidiu uma virada espetacular nas finanças da Bienal de SP, bem como uma nova Bienal Conselho, directamente relacionadas com as artes.Em cima de tudo isso, esta edição teve à sua disposição um orçamento muito saudável e generoso de US $ 17,5 milhões e 159 artistas para arrancar.
Em julho de 2009, Moacir dos Anjos foi nomeado Curador Chefe da 29 ª edição da Bienal de SP. Ele serviu como diretor do Museu de Arte Moderna do Recife, Brasil, entre 2001 e 2006, e como co-curador da participação do Brasil como país convidado na ARCO'08 em Madrid. Um especialista em Nelson Leirner, Cildo Meireles e Rosângela Rennó, dos Anjos revelou imediatamente sua intenção de "reafirmar a relevância da Bienal de São Paulo", após sua crise institucional muito séria, e de defender o que chamou de "experimentalismo" de bienais como o princípio fundamental da sua plataforma. Ele concebeu um projeto ambicioso, inspirados pelo trabalho de grande poeta brasileiro Jorge de Lima, Invenção de Orfeu (1952), a partir da qual dos Anjos assumiu o título da 29 ª edição: "HA UM semper Copo de Mar parágrafo Navegar Homem hum" (Não há sempre um copo de mar para navegar).
Em meados de novembro de 2009, ao mesmo tempo que dos Anjos divulgada a composição da equipe internacional de curadores que estavam para auxiliá-lo no desenvolvimento de seu projeto, foi anunciado que ele estava prestes a compartilhar a direção da Bienal com Agnaldo Farias, mais conhecido por seu envolvimento e trabalho nas duas bienais pior na história do São Paulo, aqueles dirigidos por Nelson Aguilar (1996) e Alfons Hug (2002). Quando a Bienal abriu ao público em 25 de setembro, a imprensa brasileira que cobre a Bienal dedicou a sua atenção para Farias, muitas vezes sem mencionar dos Anjos, que já havia desaparecido dos olhos do público. Farias se tornou o de facto Curador Chefe da 29 ª edição da Bienal.
O que aconteceu entre eu não posso dizer. É mais provável que continuam a ser alvo de especulações e controvérsias, entre os segredos que rodeiam sempre eventos deste tipo. A história é muito reveladora, contudo, não apenas sobre a dinâmica que pode ter condenado nesta edição promissor, mas também a miopia daqueles em posição de impedi-lo. Para esta Bienal não só tem uma equipe espetacular de curadores-Rina Carvajal, Sarat Maharaj, Chus Martínez, Yuko Hasegawa, e Fernando Alvim (que, no entanto, acabaram brigando entre si por falta de orientação adequada), mas também tem o apoio e entusiasmo de uma comunidade de arte total, um público pronto para virar a esquina do esquecimento e da irrelevância, os meios para chegar lá, e uma infinidade de artistas com trabalhos impressionantes para que isso aconteça.
O resultado, em vez disso, é chato, para dizer o mínimo. Esqueça a dimensão utópica dos Anjos, que previu a partir dos versos de Jorge de Lima, cujo Invenção de Orfeu canta "o poder de navegar, mesmo sem navios, / mesmo sem ondas e areia". Esqueça a experimentação e esquecer dos riscos. Mas por favor não entendi errado: quando Rina Carvajal anunciou em Novembro de 2009 que a Bienal estava indo pegar as relações entre arte e política, eu tenho certeza que ela não poderia ter previsto a dispersão e extravio dos artistas e suas obras- obras que, no contexto, poderia ter oferecido um entendimento, obrigando mesmo revisionista das idéias complexas e influências que antecederam o que hoje passa por "arte política". E eu estou quase convencido de que as contribuições de Chus Martínez teria feito a direção clara dessas rotas e aberturas que artistas talentosos como Jonathas de Andrade, Putrih Tobias, Mário Garcia Torres, Tamar Guimarães e Antonio Vega Macotela só conseguiu insinuar , individualmente, nesta confusão geral.
Na verdade, não foi o suficiente para ter "uma Bienal de extraordinário", como Carvajal tinha sonhado, mas não o suficiente para dar sentido a ela. A propósito, uma direção, ou uma idéia clara de como se relacionar artistas, obras, épocas e lugares para um outro estava desaparecido. E a 29 ª Bienal SP realmente tem de tudo: de terreiros maravilhoso (locais de encontro) com uma variedade de funções para a arte-feira de estilo, esculturas monumentais feio, brega, a partir de manifestos políticos para documentários sociais, a partir de trivialidades oportunista de enigmas filosóficos, a partir de porno-miséria a pichação, a partir de entretenimento antropológica psico-poesia, desde espectáculos de luz para a pedagogia poética. Estava tudo ali, juntos, nivelado, como se estivesse em uma feira de arte, sem propósito e sem sentido; fracamente, em vez disso, entre a revelação de Flávio de Carvalho ("Todas as idéias aqui expostas, todas as conclusões, são tentativas para alcançar uma suposta verdade ... um fenômeno ilusório imperceptíveis a olho nu ") e situação Anri Sala via The Clash (Devo eu permanecer ou devo ir?).
Há também os "escândalos políticos," alguns mais divertido do que outros. O instigadas por obra de Roberto Jacoby, uma espécie de gabinete eleitoral gerida por uma brigada da Argentina para Dilma Rousseff, dos Trabalhadores candidato do partido à presidência do Brasil, corre o risco de ser ordenhadas até o final da Bienal. Segundo a Fundação Bienal, um relatório do gabinete do Procurador-Geral Eleitoral é considerado o trabalho a ser "um crime eleitoral", violando a lei que proíbe "a transmissão de propaganda de qualquer natureza" em locais mantidos pelas autoridades públicas. Agnaldo Farias declarou à imprensa: "Nós não podemos contestar a decisão judicial, porque nós ainda corremos o risco de ir para a prisão Se soubéssemos de antemão que o trabalho lidava com Dilma, que teria alertado o artista, porque nós tínhamos. ter sabido que haveria problemas. "Conseqüentemente, o trabalho estava coberto de vista, literalmente censurados da exposição. Quanto à alegação do curador não ter conhecido a natureza do trabalho: ele poderia tê-lo visto reproduzir perfeitamente em seu catálogo Bienal e seu website.
O aparente paradoxo de que esta situação tenha acontecido no âmbito de uma exposição que insiste sobre as relações entre arte e política atesta que Jacoby queria alcançar, em primeiro lugar: "forçando a criação de arte para se envolver em uma discussão sobre o fato verificável que, hoje, em um espaço geopolítico, como a América Latina, há mais experiência, mais criatividade, e, espero, em última análise, mais no campo da política, das instituições para os movimentos sociais do que no sistema da arte contemporânea ".
Tudo o que você pode pensar o trabalho, parece fora de questão quando um curador decide censurar uma obra, protegendo-se atrás da alegada decisão de um tribunal que expressa a possibilidade de que o trabalho de Jacoby pode ser obrigado a cumprir uma lei eleitoral. O mínimo que um artista poderia esperar de um curador é a defesa total e inequívoca do espaço de arte como "território de plena liberdade," como editor Marcos Augusto Gonçalves caracteriza. Mas, em vez de avaliar e responder por trabalhar politicamente Jacoby confronto com critérios artísticos e estéticos, Farias permite que ele seja julgado por uma lei eleitoral para a qual ele se inscreve a sua autoridade e sua exposição, assim, a política confusa e político. Ou seja, a decisão Farias perigosamente oblitera qualquer distinção entre o que está lidando com Jacoby (política) e que outro ponto de encontro entre a política ea polícia (o político), onde os direitos e liberdades confrontar a ordem estabelecida de controle.
Em breve, sob a direção conservadora e reacionária Farias da 29 ª edição da Bienal de SP, disperso e sem rumo, é uma oportunidade perdida, sem muito sentido ou tripas muito. Como se um jogo de ousadia a cair com um laço no pescoço de um lugar alto o suficiente fora da terra que a queda iria enforcá-lo, falha Farias já foi anunciada. E assim, a complexidade ea poesia que dos Anjos proposta tornou-se, simplesmente, uma questão para a polícia para lidar com eles. Tenho quase certeza que este é precisamente o que os três abutres vivem na gigantesca escultura e brutalista Nuno Ramos estavam antecipando.








Versão original:





How do you follow, and what do you do after "The Void," the so-dubbed 28th edition of the São Paulo Biennial (2008)? Its Artistic Director, the internationally known and experienced curator Ivo Mesquita, left the huge second floor of the Oscar Niemeyer building entirely empty as a comment on the intricate bureaucratic politics of the event, and on biennials in general. His budget had been reduced as well, from the $12 million of the previous 27th Biennial to a mere $3.5 million, and he left a debt of some $2 million. He selected just over 40 artists to convey a radical curatorial statement, while trying to place the 28th Biennial "in living contact" with the art of the world.

In contrast, this year's 29th edition, said to be anchored by the notion that "it is impossible to separate art from politics," has benefited from major advantages: the commitment and resolve of the new president of the Foundation (elected last year), the well-respected consulting executive Heitor Martins, who presided over a spectacular turn in the finances of the SP Biennial; as well as a new Biennial Council, directly linked with the arts. On top of all that, this edition had at its disposal a very healthy and generous budget of $17.5 million and 159 artists to boot.

In July 2009, Moacir dos Anjos was appointed Chief Curator of the 29th edition of the SP Biennial. He served as Director of the Museum of Modern Art of Recife, Brazil, between 2001 and 2006; and as co-curator of the Brazil participation as guest country at ARCO'08 in Madrid. A specialist in Nelson Leirner, Cildo Meireles, and Rosângela Rennó, dos Anjos immediately revealed his intention of "reasserting the relevance of the São Paulo Biennial" after its rather serious institutional crisis, and of vindicating what he called the "experimentalism" of biennials as the fundamental principle of his platform. He conceived an ambitious project, inspired by the Brazilian poet Jorge de Lima's major work, Invenção de Orfeu (1952), from which dos Anjos took the title of the 29th edition: "Há sempre um copo de mar para um homem navegar" (There's always a cup of sea to sail in).

By mid-November 2009, at the same time that dos Anjos disclosed the composition of the international team of curators who were to assist him in developing his project, it was announced that he was about to share the directorship of the Biennial with Agnaldo Farias, better known for his involvement and work in the two worst biennials in the history of São Paulo, those directed by Nelson Aguilar (1996) and Alfons Hug (2002). When the Biennial opened to the public on September 25th, the Brazilian press covering the Biennial devoted its attention to Farias, often without mentioning dos Anjos, who had already disappeared from the public eye. Farias had become the de facto Chief Curator of the 29th edition of the Biennial.

What happened in between I cannot say. It will most likely remain a subject of speculation and dispute, among the secrets that always surround events of this kind. The story is very telling, however, not only about the dynamics that may have doomed this promising edition, but also the shortsightedness of those in a position to prevent it. For this Biennial not only has a spectacular team of curators—Rina Carvajal, Sarat Maharaj, Chus Martínez, Yuko Hasegawa, and Fernando Alvim (who nevertheless ended up fighting among themselves for lack of proper direction)—but it also has the support and enthusiasm of a whole art community, a public ready to turn the corner from oblivion and irrelevance, the means to get there, and a multitude of artists with impressive works to make it happen.

The result, instead, is boring, to say the least. Forget the utopian dimension that dos Anjos envisioned from the verses of Jorge de Lima, whose Invention of Orpheus sings of "the power to sail on, even without ships, / even without waves and sand". Forget experimentation and forget risk. But please don't get it wrong: when Rina Carvajal announced in November 2009 that the Biennial was going to take up the relations of art and politics, I'm sure she could not have foreseen the dispersal and misplacement of artists and their works—works that, in context, could have offered a compelling, even revisionary understanding of the complex ideas and influences that preceded what today passes as "political art." And I'm almost convinced that the contributions of Chus Martínez would have made clear the direction of those routes and openings that talented artists such as Jonathas de Andrade, Tobias Putrih, Mário Garcia Torres, Tamar Guimarães or Antonio Vega Macotela could only manage to insinuate, individually, in this general confusion.

In truth, there was enough to have "an extraordinary Biennial," as Carvajal had dreamed of, but not enough to make sense of it. A purpose, a direction, or a clear idea of how to relate artists, artworks, times, and places to one another was missing. And the 29th SP Biennial really has it all: from wonderful terreiros (meeting places) with a variety of functions to art-fair-style, monumentally ugly-tacky sculptures; from political manifestos to social documentaries; from opportunist trivialities to philosophical conundrums; from porno-misery to graffiti; from anthropological entertainment to psycho-poetry; from light shows to poetic pedagogy. It was all there together, leveled, as if in an art fair, without purpose and without sense; loosely framed, instead, between Flávio de Carvalho's revelation ("All of the ideas here exposed, all of the conclusions reached, are attempts to attain a supposed truth… an illusory phenomenon imperceptible to the naked eye") and Anri Sala's predicament via The Clash (Should I Stay or Should I Go?).

There are also "political scandals," some more entertaining than others. The one instigated by Roberto Jacoby's work, a sort of electoral office managed by an Argentine Brigade for Dilma Rousseff, the Workers' Party candidate to the Brazilian presidency, threatens to be milked until the end of the Biennial. According to the Biennial Foundation, a report by the Electoral Attorney General's office considered the work to be "an electoral offense," breaking the law that prohibits "the transmission of propaganda of any nature" in places run by public authorities. Agnaldo Farias declared to the press: "We can not contest the court ruling because we even run the risk of going to jail. If we had known in advance that the work dealt with Dilma, we would have warned the artist, because we'd have known there would be problems." Consequently, the work was covered from view, literally censored from the exhibition. As for the curator's claim not to have known the nature of the work: he could have seen it perfectly reproduced in his Biennial's catalogue and its website.

The apparent paradox that this situation has happened within the context of an exhibition that insists on the relations of art and politics attests to what Jacoby wanted to achieve in the first place: "forcing the art establishment to become involved in a discussion on the verifiable fact that, today, in a geopolitical space like Latin America, there is more experimentation, more creativity, and—ultimately—more hope in the realm of politics—from institutions to social movements—than in the contemporary art system."

Whatever you may think of the work, it seems beyond the pale when a curator decides to censor a work by protecting himself behind the alleged decision of a tribunal that expressed the possibility that Jacoby's work may be required to comply with an electoral law. The least that an artist could expect from a curator is the total and unequivocal defense of the art space as "territory of full liberty," as editor Marcos Augusto Gonçalves characterizes it. But instead of evaluating and answering for Jacoby's politically confrontational work with artistic and aesthetic criteria, Farias allows it to be judged by an electoral law to which he subscribes his authority and his exhibition, thus confusing politics and the political. That is, Farias's decision dangerously obliterates any distinction between what Jacoby is dealing with (politics) and that other meeting ground between politics and the police (the political), where rights and freedoms confront the established order of control.

In brief, under Farias's conservative and reactionary direction of the 29th edition of the SP Biennial, scattered and adrift, is a missed opportunity, lacking much sense or much guts. As if playing a game of daring to fall with a noose around his neck from a place high enough off the ground that the fall would hang him, Farias’s failure was already foretold. And so, the complexity and poetry that dos Anjos proposed became, simply put, a matter for the police to deal with. I’m almost sure that this is precisely what the three live vultures in Nuno Ramos’ gigantic and brutalist sculpture were anticipating.


—Octavio Zaya
Octavio Zaya is a curator and writer based in New York since 1978. Director of the journalAtlantica (CAAM, Canary Islands), Curator at Large of MUSAC (Leon, Spain), and co-Director of RADAR, MUSAC's journal. He was one of the curators of Documenta 11 (2002) under the Direction of Okwui Enwezor.
1.Roberto Jacoby, El alma nunca piensa sin imagen (The soul never thinks without image), 2010. Covered after Electoral Attorney General's office issued a decree. Image courtesy of Argentinian Brigade.
2.Curatorial team. From left to right: Fernando Alvim, Agnaldo Farias, Rina Carvajal, Chus Martínez, Yuko Hasegawa, Sarat Maharaj and Moacir dos Anjos.
3.Roberto Jacoby, El alma nunca piensa sin imagen (The soul never thinks without image), 2010. Program of talks and political actions. Stage, microphones, light, posters, band, t-shirts, caps, buttons, flyers, lecturers, activists and public; drawings in collaboration with a group of Argentinian artists. Image courtesy ofArgentinian Brigade.
4.Nuno Ramos, Bandeira branca, 2010. Sand, granite, glass, vulture, safety net, speakers, sound. Dimensions variable.
5.Nuno Ramos, Bandeira branca (detail), 2010. Sand, granite, glass, vulture, safety net, speakers, sound. Dimensions variable.